O Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte
possui atualmente cerca de 5,2 km de trilhas, divididos em quatro percursos com
características e distâncias diferentes, adequados para todos os públicos,
desde crianças e idosos, até adultos acostumados com trechos longos e
dificuldades maiores de terreno. As viagens guiadas são realizadas aos sábados,
mas durante a Semana do Meio Ambiente, promovida pela Prefeitura de Natal, os
grupos estão sendo formados diariamente, a partir das 8h. Para conhecer uma das
trilhas, esta semana, basta comparecer ao Parque e procurar o setor de Manejo,
até este sábado (10). O telefone para informações é o (84) 3232-3207.
As trilhas atualmente em operação são a
da Bromélia, Preá, Embaúba e Vanilla. O Parque está sinalizando outras duas
áreas que serão utilizadas por trilheiros. A Trilha do Horto, que terá próximo
de 2.500m e a Trilha do Centro de Mudas, própria para crianças e que leva os
“pequenos” até o novo viveiro de mudas do Parque. Hoje o número de pessoas que
realiza o percurso mensalmente é próximo de 100.
“É nas trilhas que o visitante tem a possibilidade
de se aproximar mais ainda das belezas do Parque. No solo não pavimentado eles
podem ver rastros de animais, encontrar tocas de aves como as corujas buraqueiras,
cobras, entre outros. É a oportunidade de ver a fauna, ou indícios da presença
dela, além do grau de dificuldade maior que agrada aos trilheiros”, comentou
Uílton Magno, chefe do setor de manejo do Parque.
Todas as trilhas são sinalizadas, com
as áreas de risco possuindo estruturas de corrimão, feitas com carnaúbas. As
visitas são acompanhadas com guias e a segurança é feita pela Guarda Ambiental.
Além disso, todo processo de reserva entre os 20 lugares disponíveis (número
determinado pelo plano de manejo para garantir a preservação) requer o
preenchimento de um Termo de Conhecimento de Risco, de uma Ficha de Inscrição e
a assinatura do Livro de Trilhas.
“Esse cuidado é necessário porque essa
é uma área da natureza, com a presença de animais peçomhentos, não é um lugar
qualquer. Existe a presença dos guias para minimizar os riscos, mas ele existe.
A Ficha de Inscrição é um complemento desse procedimento, vez que nela anotamos
informações para caso seja necessário informar alguém sobre algum ocorrido, ou
até mesmo às equipes de primeiros socorros acionadas via SAMU”, explicou o
chefe do setor de manejo. Já o Livro de Registro informa sobre quem realmente
entrou na trilha, pois o trilheiro pode preencher os documentos anteriores, mas
acabar desistindo antes de iniciar o percurso. “Assim controlamos quem foi e
quem voltou das trilhas”, justifica Uílton.
As visitas guiadas são acompanhadas
pelo técnico agrícola Delmo Wílson e pelo auxiliar de
campo Gailer Stânio,
auxiliar de campo. Experientes e apaixonados pelo Parque, eles contam com
orgulho que fizeram com as próprias mãos, várias das estruturas encontradas no
local. Uma delas é a pequena mostra de plantas existentes por trás do hall do
Parque. “Aqui as pessoas com dificuldade de mobilidade podem ter uma amostra
das plantas e animais que verão na mata”, diz Stânio. “Eu mesmo confeccionei
esses animais em madeira. As crianças e as mulheres adoram”, conta Wílson.
São eles quem explicam as
características particulares de cada trilha, inclusive sugerindo quais seriam
as mais adequadas para cada nível de preparo físico dos trilheiros. “As menores
podem ser percorridas até por idosos e crianças, como por exemplo a da
Bromélia, que só tem 600 metros (ida e volta). Já a Vanilla é reservada para
trilheiros mais preparados pois além da distância de quase 2km (ida e volta)
tem no trajeto subidas e descidas em dunas, o que dificulta muito”, explica
Stânio.
A reportagem da Secretaria Municipal de
Comunicação (Secom) percorreu a Trilha do Preá. Logo na entrada é possível
encontrar a placa com a indicação das distâncias de cada uma das trilhas, bem
como o pórtico de identificação.
Poucos metros depois, a mata fecha e o
contato com a natureza é imediato. São diversos exemplares de Cajueiros,
Mangabeiras, Angélicas, Camboins, Ubaias-doces e Cajarana. Além diso, é posível
ouvir algumas espécies de aves e encontrar formigas dos mais variados tamanhos.
“De vez em quando encontramos as Tocandiras, que impressionam pelo seu tamanho.
Além disso temos os saguis que aparecem para comer as frutinhas do lugar”, diz
Magno.
As bifurcações estão sinalizadas em
Carnaúba, assim como corrimãos instalados em locais com barrancos, para evitar
acidentes. Um local de descanso foi preparado especialmente sob a sombra
preguiçosa do pé de Cajarana.
Ao fim do percurso de pouco mais de
1.200 metros, o trilheiro retorna pela área pavimentada e pode descansar e
repor os líquidos na área de descanso, que possui uma pequena exposição com a
fauna e flora do Paque da Cidade.
“Estamos sempre de braços abertos a
todos os visitantes e principalmente para os trilheiros, pois uma Unidade de
Proteção Integral, como é o caso do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte possui
regras e objetivos como: preservação ambiental, educação ambiental, turismo
ecológico e pesquisa científica. Dessa forma, aqueles que fazem nossas trilhas
só o fazem depois de conhecer a regras e por isso já tem a noção da
preservação, automaticamente estão fazendo parte do processo de educação e com
certeza se inserem na questão do turismo ecológico. Ou seja, é um visitante que
pode viver 100% da experiência do Parque”, conclui o chefe do setor de manejo, Uílton
Magno.
AS TRILHAS:
Bromélia – 600m
Destaca-se pela presença de algumas
espécies da flora como orquídeas, bromélias entre outros. Ao percorrer a
Bromélia, percebe-se a importância das dunas para a alimentação do aquífero da
cidade. A trilha também proporciona a compreensão da origem do solo a partir da
decomposição das folhas, arbustos e árvores, formando a serapilheira. Possui
baixa variação topográfica, pequeno percurso. Ideal para crianças, idosos e
gestantes em boas condições de saúde.
Preá – 1.200m
O seu trecho inicial coincide com
aproximadamente 140m de parte da trilha das Bromélia. Não apresenta muita
variação topográfica, pois o solo apresenta-se aplainado com trechos em piçarra
em sua extensão até chegar à trilha pavimentada “Por do Sol”. A vegetação varia
entre espécies da Restinga Arbustiva Esparsa e Densa e áreas se vegetação, em
uma paisagem belíssima de dunas e vales dunares. Ideal para crianças, jovens,
adultos e idosos em boas condições de saúde.
Embaúba – 1.600m
O trecho inicial coincide com
aproximadamente 140m de parte da Trilha da Bromélia e 450m da Trilha do Preá.
Apresenta importante porção de transição vegetativa entre Restinga Densa e
Floresta Estacional Semidecidual. Longe da urbanização, é propícia para
instrução, educação ambiental, observação de pássaros, árvores e reflexão
espiritual. O público-alvo ideal são jovens, adultos e idosos em boas condições
de saúde.
Vanila – 1.860m
Destaca-se pela presença de três tipos
vegetacionais: Floresta Estacional Semidecidual, Restinga Arbustiva Esparsa e
Densa. Ao longo do percurso, o visitante poderá observar várias espécies da
Flora, como por exemplo a orquídea que dá o nome a trilha (Vanilla bahiana
Hoehne). A trilha também proporciona belíssimas imagens dos vales interdunares,
além da possibilidade de observação de aves nativas. Ideal para jovens, adultos
e idosos com boas condições de saúde.
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