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sexta-feira, 2 de junho de 2017

Usuária do Centro POP e Albergue é sorteada em Programa de Habitação Popular da Prefeitura

Quanto vale um sonho? 
Alguém já disse: “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”. E foi justamente isso que aconteceu com Francisca Alves Pereira, que aos 54 anos, usuária do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e da Unidade de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua (Albergue Municipal), ambos administrados pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (Semtas), realizou o sonho da casa própria.


Exatamente no dia 13 de maio deste ano, quando a Prefeitura do Natal, na presença de representantes da Caixa Econômica Federal, Ministério Público e com o MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas), entidade dos movimentos sociais ligada a questão habitacional, sorteou 896 apartamentos populares na unidade habitacional Village de Prata, no bairro do Planalto.

As moradias são destinadas para famílias já inscritas na Secretaria de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe) e residentes em assentamentos precários da capital.
Dona Francisca (como ela é conhecida) estava inscrita no programa Minha Casa Minha Vida há dois anos. Período em que, devido a problemas familiares, separada do marido, se viu sem condições de moradia. Como ela faz questão de ressaltar chegou, inclusive, a morar embaixo de viadutos.

“Não tenho vergonha de falar que cheguei a morar na rua.  Qualquer um pode passar pelo que eu passei. Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Parece um sonho o que estou vivendo. Não tenho palavras para agradecer tudo o que a prefeitura e as pessoas do Centro POP e Albergue fizeram por mim desde que cheguei aqui, trazida por um amigo que já frequentava os serviços oferecidos pela prefeitura. Fui recebida com tanto carinho, fui tão bem acolhida que me senti viva outra vez. Foi através desta equipe que descobri que precisava atualizar meu cadastro e poderia ser sorteada algum dia”, revela.

O Village de Prata é, nesta nova fase de investimentos em habitações populares, o principal projeto em execução na cidade, beneficiando cidadãos de assentamentos como Camboim (Bom Pastor), remanescentes das antigas favelas do Fio e Alemão, aqueles que estão em área de risco da CHESF (Bom Pastor), Assentamento 8 de março (Planalto), famílias que estavam ocupando o terreno da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), no Guarapes, pessoas do Maruim, Jacó, famílias que ocupavam uma área na ZPA-4 (Guarapes) e Mãe Luíza.

Sorteio
O sorteio que determinou os proprietários dos 896 apartamentos no Village de Prata apontou os vencedores seguindo um sistema numeral determinado em sequência aos números apontados no Primeiro Prêmio da Loteria Federal da Caixa Econômica Federal.

A cerimônia do sorteio foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do Município e está disponível no facebook. O resultado do processo eletrônico pode ser conferido nos sites: https://mcmv.natal.rn.gov.br e www.natal.rn.gov.br. A Seharpe vai agendar com os sorteados o dia para a entrega da documentação. Acompanhado pelo Ministério Público e pela Receita Federal, O sorteio também levou em consideração a situação de idosos e deficientes físicos.

“Quero pedir um favor, quando você escrever esta história deixe bem claro que, mesmo passando por tudo o que passei, nunca fui viciada em álcool ou drogas. A minha história de vida acabou me levando a uma situação que eu não desejo para ninguém. Como eu, tem muita gente que é acolhida pelo Albergue e o Centro POP por vários outros motivos. São pessoas de bem que lutam pela sobrevivência e encontram nestes serviços um apoio para recomeçar. Não merecem ser discriminadas. Ninguém está livre disso. Aqui (no Centro POP) aprendi sobre direitos que eu tinha e nem sabia. Sou analfabeta, mas tenho a sabedoria para entender que sozinhos não somos nada. Todo mundo precisa de alguém, de uma ajuda para seguir em frente, e eu encontrei isso nestas pessoas que nunca me julgaram. Só estavam disponíveis. Isso é tudo o que nós precisamos”, diz dona Francisca emocionada.








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