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Fotos: Alex Régis |
“Para incredibilidade geral parei
de beber. Parar de beber foi pior do que deixar de transar”. Foi neste clima descontraído
que o cartunista Jaguar conversou com o prefeito Carlos Eduardo, na manhã desta
terça-feira (2), no Palácio Felipe Camarão.
Jaguar está na capital potiguar
para uma exposição de seus trabalhos e bate-papo com o público na quarta-feira
(3), na Galeria Newton Navarro, abrigada na Secretaria Municipal de
Cultura/Fundação Cultural Capitania das Artes (Secult/Funcarte), a partir de
19h. A entrada é franca.
Na ocasião, o prefeito Carlos
Eduardo convidou o cartunista para participar do Festival Literário de Natal,
em dezembro próximo, que homenageará o também cartunista Henfil, grande amigo
de Jaguar. O artista topou na hora e prometeu requisitar um trabalho de cada
cartunista amigo de Henfil para uma exposição sobre o irmão do sociólogo
Betinho. “Henfil tomava conta de mim como se eu fosse o irmão mais novo dele”, revelou.
Por sua vez, Carlos Eduardo disse
que ia com o pai Agnelo Alves todas as segundas-feiras visitar Henfil na casa
dele na avenida Amintas Barros. “Na época eu era surfista e avistava Henfil na
praia do meio, onde ele também morou”, recordou o chefe do executivo municipal.
Henfil morou por quase dois anos em Natal na década de 1970.
No bate-papo, que incluiu o
secretário de Cultura, Dácio Galvão, e o jornalista Woden Madruga, e mais tarde
a reitora da UFRN, Ângela Paiva, e o presidente da Abserh, médico Kleber
Morais, outros assuntos vieram à baila, como o jornal alternativo “O Pasquim”,
a cidade do Rio de Janeiro, o pesquisador da Música Popular Brasileira, Sérgio
Cabral, e o jornalista Luís Carlos Maciel.
Amanhã (3), na mesa redonda,
Jaguar terá a companhia de Rodrigo Brum (Tribuna do Norte), chargista potiguar
vencedor do prêmio Ângelo Agostini de melhor cartunista de 2015, e do jornalista
Woden Madruga (Tribuna do Norte).
Desde os anos 1970 que o
cartunista carioca frequenta Natal, quando seu amigo Henfil tinha residência
fixa na cidade. A exposição trará obras publicadas no jornal carioca O Dia,
obras dos últimos meses de trabalho e também outras antigas. No total, serão 63
peças expostas e que poderão ser adquiridas pelo público, fato inédito.
Jaguar foi o pseudônimo adotado
por um dos maiores cartunistas brasileiros da história. Fundador de "O
Pasquim", em 1969, e criador do ratinho Sigmund, ele recebeu na pia
batismal o nome de Sérgio de Magalhães Gomes, tendo nascido no dia 29 de
fevereiro de 1932, no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira de cartunista aos 20
anos de idade, em 1952, na revista Manchete. Até então era um funcionário do
Banco do Brasil e subordinado ao compositor Sérgio Porto, que o convenceu a não
deixar o emprego em favor do humorismo, mas parece que não adiantou.
O público natalense terá a oportunidade
de assistir um histórico bate-papo e ainda apreciar as obras de Jaguar de forma
inédita. Como disse em entrevista antes de sua chegada: “Quero voltar à cidade
onde Henfil foi feliz”, comentou o lendário cartunista.
Exposição e bate-papo
com Jaguar
Dia:
quarta-feira, 3 de maio, às 19h.
Local:
Galeria Newton Navarro (Secult/Funcarte). Avenida Câmara Cascudo, Cidade Alta.
Informações:
3232-4956.
Realização:
Prefeitura do Natal.
Entrada
franca.