Os primeiros raios de sol anunciam o
início de uma feira livre que une qualidade, bons preços e estímulo ao
desenvolvimento da Agricultura Familiar nos municípios próximos a capital. A
Prefeitura do Natal reúne produtores todas as quartas-feiras, no Ponto 7, em
Ponta Negra e, sextas-feiras, na Praça das Flores, em Petrópolis, das 5h às 9h.
São cerca de 30 feirantes e um movimento que chega a 600 pessoas por dia. O volume de alimentos comercializados gira em torno de
10 toneladas por semana.
Alex Régis |
Os produtos são trazidos pelos
próprios agricultores, quase em sua totalidade vindos de assentamentos rurais,
que são fiscalizados diretamente pelos técnicos agrícolas da Prefeitura,
garantindo a qualidade do que está sendo comercializado. “Nós visitamos todos
os produtores. A qualidade é atestada por nossa equipe”, assegura Roberto Miranda,
técnico agrícola do Departamento de Segurança
Alimentar (DSA), da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social
(Semtas).
Segundo
Miranda, além das frutas, hortaliças, carnes, peixes e outros, os assentados
ainda tem acesso às mudas produzidas por meio da EMATER. “Eles trazem as mudas
e aqui mesmo fazem negócio com elas, garantindo que todos possam ter novas
mudas para plantar”, explica. A feira oferta
produtos como hortaliças, verduras, frutas, queijo, galinha e ovos caipiras,
bolo, beiju, tapioca, carne de sol, carne de cordeiro, linguiça do sertão,
entre outros.
De acordo
com a diretora do DSA, Elisângela Teixeira, os objetivos das feiras de
agricultura familiar são gerar atividade econômica, com renda para os
agricultores e garantir alimentos saudáveis para a população, sem custo com
atravessadores. “A feira comercializa produtos orgânicos e convencionais e,
desta forma, não pode ser intitulada apenas como Feira Orgânica. Em breve o DSA
vai iniciar um trabalho de identificação para que os consumidores possam
distinguir com facilidade quais produtos possuem certificado de orgânico”,
assegura.
Os moradores
dos locais próximos às feiras, principais clientes, aprovam a iniciativa que já
chega ao seu terceiro ano. As donas de casa Ana Maria Maia, Graça Machado e
Luíza Giló não perdem uma quarta-feira no Ponto 7. “Gosto demais. Todas as
quartas eu venho. São produtos bons, de qualidade e com preços interessantes. É
um excelente projeto da Prefeitura”, opina Ana Maria. “É muito bom. Não trouxe
muito dinheiro e ainda assim estou levando alguns produtos para casa”, revelou
Giló. “Acharia interessante até expandir para outros bairros”, aconselhou
Graça.
O
administrador Paulo Jorge, 33 anos ressaltou um ponto importante da presença da
Feira da Agricultura Familiar no bairro: a economia de tempo. “Ir a um
supermercado, toma muito tempo. Nessa correria dos tempos atuais temos que
buscar alternativas como essa. Chego aqui, já sei o que quero, compro com preço
bom, qualidade e saio para casa rapidinho”, revelou.
Os feirantes
também estão satisfeitos com os negócios. Josimar Carlos de Araújo comercializa
derivados do leite (queijos, manteigas, etc) há mais de dois anos na Feira.
“Aqui a clientela é boa. Vendemos quase tudo que trazemos. Agradecemos muito a
Prefeitura, pois temos filhos para criar e eles dependem muito dessa renda”,
testemunhou.
Alex Régis |
Luciene
Soares, 32 anos, que vive com o filho, a mãe, pai e irmãos em um assentamento
em Ceará-Mirim também comemora a oportunidade, principalmente em um momento de
crise como o vivido no País. “Todos sentimos esse momento e esse espaço os
ajuda muito com isso. Sempre trago meus produtos: alface, coentro, rúcula,
mamão e hortaliças em geral. Quando não tenho trago os produtos da associação,
mas estou aqui desde o início”, conta a agricultora que vive na Comunidade do
Riachão.
Alex Régis |
Segundo o
técnico agrícola da Semtas, Roberto Miranda, o trabalho das Feiras segue em
paralelo com outro executado pela secretaria. As mudas também são plantadas no
Centro de Referência da Assistência Social (Cras), em Ponta Negra.
Após a colheita, os alimentos são beneficiados pela Prefeitura para uso nos Sopões
Solidários distribuídos gratuitamente entre pessoas carentes em bairros de
Natal.
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